Ford Model T




1908 - 1927

  • Como automóvel, provavelmente nunca teria sido um sucesso, não fosse o génio empresarial de Henry Ford. O Ford T tinha como únicos trunfos a fiabilidade e a simplicidade. Mas vendeu mais de 15 milhões de unidades em 19 anos de produção. É que Henry Ford conseguiu torná-lo muito barato. Conseguiu mesmo aquilo em que hoje em dia ninguém acredita: baixar ao preço. Em cerca de 15 anos, o carro passou a custar...três vezes menos. Tudo porque Henry Ford inventou a produção em série.
  • Ford Model T
    O Ford Model T é uma das maiores lendas da indústria automóvel. O "Tin Lizzie", como foi apelidado, construiu o seu sucesso à custa de dois factores bem diversos.
    Primeiro, quando foi lançado, em 1908, o seu principal defeito era o preço - que, curiosamente, se tornou, mais tarde, o maior trunfo.
    O carro era muito caro, custava mais de 800 dólares, mas tornava-se muito atraente por ser potente e simples.
    O "Tin Lizzie" era capaz de circular por qualquer caminho e podia ser reparado facilmente, sem necessitar de ferramentas especializadas.
    O carro acabou, por isso, por ter sucesso razoável até 1910, altura em que Henry Ford resolveu revolucionar o processo de produção.
    Foi montada uma nova fábrica, nos arredores de Detroit, onde Henry Ford implementou as suas ideias e inventou o conceito de linha de produção.
    A qualidade de fabrico aumentou ainda mais e os preços desceram.
    O resultado, em termos comerciais, foi impressionante. O carro foi descendo de preço e bem pode dizer-se que o Ford T pôs a América a andar de automóvel.
    Basta dizer que no ano em que foi lançado venderam-se menos de 20 mil unidades do T. Quase 15 anos mais tarde, em 1925, o carro custava apenas cerca de um terço do preços inicial e venderam-se quase dois milhões de unidades.
  • Linha de montagem
    Henry Ford ficou na história do automóvel por ter inventado o conceito de linha de montagem.
    Em 1910, passou a produzir o Ford T de acordo com novas ideias, que permitiram reduzir drasticamente os custos e aumentar a qualidade.
    A primeira era de que todos os componentes deviam ser rigorosamente iguais, o que permitia uma montagem mais fácil e rápida, bem como reparações simplificadas.
    Depois, foi implementada a ideia de continuidade, para evitar quebras na produção.
    Com estes dois conceitos básicos instalados, Henry Ford podia passar para um outro, não menos importante: a sistematização de processos. A sistematização, tal como actualmente, envolvia todas as áreas do negócio, desde os fornecedores aos pagamentos dos clientes.
    Na Ford, tudo se fazia de acordo com um processo sistemático, que conduziu o mais importante princípio - e objectivo - do seu líder: a rapidez.
    Henry Ford pretendia, ao fim e ao cabo, ser rápido. Rapidez significava mais clientes, que, por sua vez, equivaliam a lucros maiores.
  • Seguindo o alfabeto
    Por vezes fica no esquecimento que Henry Ford construiu muitos outros carros, antes do Model T. Na verdade, desde 1903 que foi seguindo o alfabeto para nomear uma série longa de modelos. Nesse ano foi lançado o Model A, a que se seguiram os B, C, F, K, N, R e S, antes do famoso T.
    Houve ainda uma boa série de carros especiais, frequentemente referidos como modelos distintos, a que foram atribuídos, também, nomes de letras, como, por exemplo, o E.
  • "Mãos largas"
    Henry Ford queria ganhar muito dinheiro. As vendas elevadas proporcionavam lucros impressionantes ao construtor americano, mas o seu líder podia ser considerado um "mãos largas".
    De facto, Ford não queria o dinheiro só para ele e era conhecido também pela sua generosidade para com os trabalhadores.
    Em 1914, por exemplo, distribuiu cerca de 10 milhões de dólares de lucros pelos seus empregados. 
  • Na Europa
    Mal conseguiu implementar a sua linha de montagem em Detroit, Henry Ford percebeu que o Model T poderia ter sucesso também na Europa.
    Em 1911 iniciou a produção numa fábrica em Manchester. Depois, no ano seguinte, montou uma fábrica com capacidade para fornecer outros países europeus e começou a vender carros em França, em Itália e na Alemanha.
    O mercado não era tão permeável como Ford julgara, mas a Primeira Guerra acabou por o ajudar. É que Henry Ford montou uma gigantesca acção a favor da paz, tentanto intervir como mediador, juntamente com uma delegação americana, que trouxe para a Europa num navio especialmente fretado para o efeito.
    A acção foi um completo fiasco e, ao fim e ao cabo, como Henry Ford pretendia, a Imprensa tratou de a ridicularizar de forma sistemática, colaborando, sem perceber, numa gigantesca operação de marketing. Anos mais tarde o próprio Henry Ford admitia que se tivesse tentado conquistar o mercado europeu pelos processos habituais teria gasto uma fortuna. O seu "navio da paz" foi bem mais barato e tornou o seu nome conhecido em todo o Velho Continente.
  • Características técnicas

    Motor
    Distribuição---------------------------válvulas laterais
    Tipo--------------------------------------quatro cilindros em linha
    Cilindrada------------------------------2900 c.c.
    Diâmetro x Curso-------------------88.9x101.6 mm
    Alimentação--------------------------carburador simples
    Potência-------------------------------20 cavalos
    Carroçaria
    Tipo--------------------------------------n/d
    Distância entre eixos--------------250 cm
    Peso-------------------------------------n/d
    Performances
    Velocidade máxima----------------68 km/h
    Aceleração----------------------------n/d