1928 - 1931
- O Ford A retomou o nome de um dos primeiros modelos da marca, de 1903. A sua missão era fazer renascer a marca, depois de um ano em que a produção parou completamente, por opção de Henry Ford. Conseguiu-o plenamente e, apesar de ter estado apenas quatro anos em produção, constituiu um enorme sucesso de vendas, graças a uma gama diversificada e, também, a um preço baixo, numa altura em que os Estados Unidos entraram na recessão.
- Ford Model A
Quando o Ford T começou a registar forte quebra nas vendas, foi tomada uma decisão drástica para o substituir. De facto, Henry Ford decidiu pura e simplesmente parar a produção, concentrando os esforços de toda a empresa na concepção do novo modelo, em vez de o lançar em simultâneo com a recta final das vendas do anterior.
No entanto, esta opção, mesmo no já longínquo ano de 1927, talvez não fosse a mais acertada, uma vez que a Ford dispunha já de muitas estruturas de apoio, que ficaram completamente bloqueadas. Assim, durante um ano, viu o negócio cair de forma significativa e criou grande expectativa quanto ao novo modelo.
Talvez por sentir essa responsabilidade, resolveu dar-lhe o nome de um carro que a empresa construíra em 1903, o modelo A.
O Ford A era completamente diferente do T. A concepção era 20 anos mais recente e, além disso, o T quase nada tinha mudado ao longo de quase duas décadas de produção.
Por isso, não era de estranhar que o novo carro fosse completamente diferente, reflectindo todos os progressos efectuados ao longo desse tempo, especialmente no que diz respeito a estilo e conforto.
Mas os seus principais trunfos foram, sem dúvida, a gama diversificada e o preço baixo, que se tornou adequado à recessão que os Estados Unidos começaram a atravessar. Nessa altura o Ford A tornou-se o carro mais popular do mercado. - Vendas recorde
A popularidade do Ford A e o facto de ser muito barato, transformaram-no num verdadeiro campeão de vendas, com números que ainda hoje seriam importantes, com um parque automóvel muito superior.
O "carro da depressão económica" vendeu em 1930 1,1 milhões de unidades, mais do dobro do que o seu concorrente mais directo.
Aliás, esse número foi aproximadamente a média anual de vendas do modelo, pois em quatro anos de produção a Ford produziu cerca de 4,5 milhões de unidades, número a que a maioria dos modelos actuais não chega, por vezes em mais anos de fabrico. - Longa história
O facto de Henry Ford ter retomado o nome do Model A, de 1903, ano em que a Ford Motor Company foi formada, para atribuir ao carro que permitiu à marca renascer depois de quase um ano de inactividade deixa entender que o americano começou a construir automóveis naquela altura. Puro engano.
Na verdade, antes de 1903, Henry Ford passou alguns anos a desenvolver carros desenhados por ele próprio. O primeiro, depois de seis anos de experiências, funcionou em 1896, numa altura em que Henry Ford trabalhava como engenheiro na Edison Illuminating Company, em Detroit.
Em Agosto de 1899, deixou a Edison para ingressar na Detroit Automobile Company, recém- formada por um grupo de apoiantes para construir os carros idealizados por Henry Ford, que, entretando, construíra grande reputação.
Mas, esta empresa durou pouco mais de um ano. Henry Ford não foi capaz de assentar numa linha de estilo e os investidores perderam o interesse.
Ford voltou-se então para as corridas e construiu um carro, com motor de oito litros de cilindrada e apenas dois cilindros, que se tornou o mais rápido da América.
Este sucesso entusiasmou novamente alguns apoiantes, que constituíram a Henry Ford Company, em 10 de Outubro de 1901.
Ford estava apoiado por cinco investidores, mas, em vez de desenvolver um veículo de estrada, continuou a dedicar-se à competição, criando os famosos 999 e Arrow.
Os investidores não gostaram e Ford acabou por sair, levando com ele o seu nome.
Curiosamente, os cinco homens tentaram manter o negócio, fazendo entrar para a sociedade um sexto elementos, Henry Leland, que foi o homem-chave para que a companhia sobrevivesse e com sucesso. Passou a chamar-se Cadillac. - Gama completa
A gama disponível do Ford A era muito completa para a época. Era composta por berlinas de duas e quatro portas, a que Henry Ford atribuiu os nomes de Tudor e Fordor, que se mantiveram, muitos anos mais tarde na gama do construtor americano.
Havia ainda um coupé e um descapotável, de dois e cinco lugares, além de uma carrinha, com aplicação em madeira, a "Woodie", que foi pioneira de um estilo nos EUA. - Mecânica robusta
Henry Ford escolheu uma mecânica simples e robusta para o Model A. O motor, de quatro cilindros, era potente e tinha acoplado uma caixa de três velocidades.
As suspensões eram idênticas às do T, de molas elípticas transversais, mas, para satisfazer as exigências de conforto dos clientes, foram adaptados amortecedores hidráulicos na suspensão, um luxo que, na época, só estava disponível em modelos muito mais caros. Características técnicas
Motor Distribuição--------------------------- válvulas laterais Tipo-------------------------------------- quatro cilindros em linha Cilindrada------------------------------ 3288 c.c. Diâmetro x Curso------------------- 79.4x108 mm Alimentação-------------------------- carburador simples Potência------------------------------- 40 cavalos Carroçaria Tipo-------------------------------------- berlina de quatro portas Distância entre eixos-------------- 262 cm Peso------------------------------------- n/d Performances Velocidade máxima---------------- 90 km/h Aceleração---------------------------- n/d
