BMW 507




1956 - 1959

  • Há quem considere o 507 um dos mais belos BMW alguma vez construídos. Para muita gente, trata-se do carro concebido especificamente com o objectivo de permitir a entrada da marca no mercado americano. Outros, ainda, consideram-no um automóvel que bateu os designers italianos e, hoje em dia, pode mesmo ser apresentado como o antecessor do automóvel do 007, que Pierce Brosnan, imperdoavelmente, deixou destruir.
  • BMW 597
    Quer tenha nascido do desejo de a BMW se lançar nos Estados Unidos quer não, a verdade é que o 507, até pela sua arquitectura, ficou conhecido como tal, até porque foi desenhado por um alemão residente em Nova Iorque e ligado à indústria automóvel americana, Albrecht Goertz.
    A BMW tinha sido a primeira marca europeia a construir um propulsor V8 depois da Guerra, e os responsáveis da marca entenderem que um desportivo europeu com esse propulsor poderia ter sucesso nos Estados Unidos.
    Mas, o importador americano da marca não quis arriscar e contactou Albrecht Goertz, um designer nascido na Alemanha, mas residente nos EUA, para criar o futuro BMW.
    Goertz tinha, ao fim e ao cabo, apenas a experiência da sua ligação com a Studebaker, mas rapidamente apresentou duas propostas aos responsáveis alemães, que as adoptaram de imediato.
    Em 1955, no Salão de Frankfurt, foi exibido pela primeira vez o 507, que recebeu, desde logo, os maiores elogios pela sua beleza e pela qualidade de construção (produção manual).
    O 507 baseava-se no chassis do 502, encurtado, com o objectivo de o tornar mais compacto e agressivo, o que foi inteiramente conseguido, embora à custa de algumas alterações mecânicas, nomeadamente ao nível da caixa de velocidades, que, por não caber na posição habitual, no centro do chassis, passou a ser montada atrás do motor.
    Apesar de todos os elogios que recebeu, o facto de ser produzido manualmente com elevada qualidade tornava o 507 muito caro, pelo que às suas qualidades acrescentou a exclusividade: só foram feitos 257 exemplares.
  • Sucesso tardio
    O 507 era claramente um desportivo capaz de elevadas performances. No entanto, o facto de ser muito caro e de não ter nascido directamente da competição fez com que, durante o período em que foi construído, nunca tivesse tido sucesso no desporto.
    No entantno, em 1959 e 1960, já com a linha de montagem encerrada, conseguiu alguns resultados dignos de nota, pilotado por Hans Stuck Sénior.
  • Dois sucessores de peso
    James Bond tem guiado os melhores carros do Mundo. Começou pelo célebre Aston Martin, tipicamente britânico, nas mãos do escocês Sean Connery e, o seu mais recente Substituto, Pierce Brosnan, teve o privilégio de utilizar dois modelos que podem ser considerados sucessores do 507: o Z3 e o Z8. Deixou que destruíssem ambos, o que parece ser a única mácula na carreira do célebre agente secreto.
    O Z3 foi o primeiro dos modelos com que a BMW quis retomar a tradição dos roadster de sucesso.
    De linhas muito bem conseguidas e retomando elementos do 507, como as grelhas laterais, não possuía, aquando do seu lançamento, um dos célebres motores de seis cilindros em linha da marca, tendo de contentar-se com os quatro cilindros, de oito e 16 válvulas.
    Mesmo assim, o seu sucesso foi imediato e, actualmente, a gama inclui propulsores de seis cilindros que podem ultrapassar os 300 cavalos de potência. Quanto ao Z8, pela sua dimensão e pelo facto de montar um motor de oito cilindros em V de alta cilindrada, pode considerar-se o verdadeiro sucessor do 507.
  • O irmão menos conhecido
    Quando Albrecht Goertz foi contactado para desenhar o 507, apresentou aos responsáveis da marca dois projectos, ambos baseados no chassis do 502. O 507 era um desportivo aberto, que podia ser adquirido numa versão com hard top, igualmente bela.
    Mas a BMW gostou igualmente do outro projecto, um coupé de quatro lugares, que podia ser também comercializado como cabriolet e que foi baptizado 503.
    O 503 recebeu luz verde e, tal como o 507, foi apresentado no Salão de Frankfurt em 1955. 
  • Na hora da viragem
    Além de ser muito caro, o 507 teve outros factores que tornaram a sua vida mais curta do que seria de esperar. De facto, a BMW, que originalmente construía motores para aviões (daí o emblema da marca, azul e branco, representando uma hélice no céu) e passou para os automóveis em 1928, passando a produzir o Austin Seven sob licença, conheceu uma forte crise durante a Segunda Guerra Mundial e nos anos que se lhe seguiram.
    É que, mesmo durante a recuperação, os alemães passaram a preferir carros pequenos, mais económicos e, por outro lado, compravam menos motos - o que levou a que as receitas da BMW caíssem dramaticamente.
    A marca tentou a recuperação com o Isetta, um pequeno carro com motor de moto, e mais tarde conseguiu mesmo iniciar, com o 700, um processo de fortalecimento que parece nunca mais ter parado.
  • Características técnicas

    Motor
    Distribuição---------------------------veios de excêntricos à cabeça
    Tipo--------------------------------------V8 em alumínio
    Cilindrada------------------------------3168 c.c.
    Diâmetro x Curso-------------------82x75 mm
    Alimentação--------------------------dois carburadores invertidos
    Potência-------------------------------150 cavalos às 5000 rpm
    Carroçaria
    Tipo--------------------------------------roadster, com ou sem hard top
    Distância entre eixos--------------248 cm
    Peso-------------------------------------1330 kg
    Performances
    Velocidade máxima----------------superior a 220 km/h
    Aceleração----------------------------n/d