1966 - 1976
- O Lancia Fulvia HF Coupé foi um dos carros do período forte da marca, já depois da recuperação do pós-Guerra. Lançado em 1965, com base no Fulvia, um pequeno coupé surpreendeu por ser atraente e muito rápido. Depois, com as séries HF, mais desportivas, o carros fez mesmo história, celebrizando-se nos ralis, pilotado, nomeadamente, por Sandro Munari. O seu sucesso foi tão grande que esteve em produção até 1976.
- Lancia Fulvia HF Coupé
- O Lancia Fulvia HF Coupé nasceu em 1966, tendo por base o Fulvia, que surgira dois anos antes, para substituir o Appia, e o Fulvia Coupé, apresentado no ano anterior.O Fulvia surpreendeu, em 1963, com o seu pequeno motor de quatro cilindros em V e 1,1 litros de cilindrada. Tinha uma carroçaria com design prático, muito quadrado e montava o propulsor num sub-chassis dianteiro, solução que já tinha sido utilizada com sucesso pelos técnicos da Lancia.
- O Fulvia era um carro que interpretava bem as necessidades do mercado nos anos 60 e constituiu uma boa operação comercial para a marca.Mas, a Lancia não ficou de braços cruzados e, dois anos depois do seu lançamento, apresentou uma versão coupé, com a mesma base mecânica, mas com 80 cavalos de potência.
- O carro não só era rápido, como representava uma boa base par progredir, o que aconteceu um ano mais tarde, com a série HF, mais desportiva.Esta série caracterizava-se por ter mais oito cavalos de potência e por ter sido alvo de uma "cura de emagrecimento", à custa da utilização do alumínio e de um interior mais espartano no que toca a equipamento.
- O Fulvia HF começou desde logo a ser utilizado por muitos pilotos amadores nos ralis italianos, onde se revelou muito competitivo.De tal forma que o director desportivo da equipa, Cesare Fiorio, convenceu os dirigentes da Lancia a competir nos ralis internacionais, pelo que o pequeno motor de 1,3 litros foi ainda refinado, passando a debitar 101 cavalos de potência. Foi o início de uma carreira internacional brilhante na competição, que manteve o Fulvia HF em produção até 1976.
- Clube restrito
- A designação HF, aplicada ao Fulvia Coupé em 1966, correspondeu a um política de cativar clientes totalmente virada para a competição.O HF representava um carro menos confortável e equipado, mas com desempenho muito superior - um automóvel destinado a um grupo restrito de utilizadores, leais à Lancia e ao espírito das corridas.Daí a adopção do logotipo HF - iniciais de High Fidelity, formando um clube dos clientes fiéis à marca - depois utilizada nos sucessores do Fulvia nos ralis, o Stratos e o Delta.
- Recuperação
- O Fulvia HF Coupé não pode ser considerado um carro marcante na recuperação da Lancia, no pós-Guerra, uma vez que surgiu numa fase em que o crescimento e os bons resultados já davam os primeiros passos.Mas, o pequeno coupé italiano derivou directamente dos carros que ganharam a batalha, criados por Antonio Fessia, o grande obreiro da marca nessa época.
- Em 1955, a Lancia estava à beira da falência e a maioria das acções foi, então, comprada por Carlo Pesini, um produtor de cimento apaixonado por carros, que queria salvar a marca.Apesar de não renegar o passado e os sucessos desportivos, pôs de lado o seu principal responsável, Vittorio Jano, que continuou ligado a Enzo Ferrari, e contratou, para o substituir, Antonio Fessia, que se encontrava na Fiat e trabalhara com Dante Giacosa, o criador do Topolino.
- Fessia tinha, portanto, uma visão completamente diferente do que devia ser o automóvel naquele tempo e era defensor das respostas ousadas para corresponder às necessidades do mercado.O primeiro carro que Fessia lançou foi o Flaminia, em 1957, que sucedeu ao Aurelia com uma série de inovações, entre as quais a suspensão de triângulos sobrepostos.
- Depois, foi a vez do Flavia, com um motor em alumínio de quatro cilindros em linha e tracção dianteira, que foi lançado em 1961.Foram os princípios aplicados no Flavia que Fessia utilizou para, depois, criar o Fulvia, em 1963, embora com um design completamente diverso, que nunca chegou a ser muito apreciado.
- Sucesso nos ralis
- Depois de Cesare Fiorio ter conseguido convencer os responsáveis da Lancia a lançarem o Fulvia HF nos ralis internacionais, o carro, que começara a competir com uma versão mais elaborada do propulsor de 1,3 litros, recebeu um novo motor, com 1584 c.c., que debitava 115 cavalos na versão de produção, mas conseguia chegar aos 160 nos ralis.
- Foi esse carro que marcou uma época na competição da Lancia, conseguindo várias vitórias pelas mãos de Sandro Munari. O Fulvia HF conseguiu mesmo manter a Lancia activa nas corridas e segurar o seu prestígio, numa altura em que a Fiat já tinha assumido o controlo da marca, desde 1969.De facto, o Fulvia HF foi substituído pelo Fiat 131 Abarth e a Lancia só voltou aos ralis anos mais tarde, com o Stratos.
Características técnicas
Motor Distribuição--------------------------- oito válvulas à cabeça Tipo-------------------------------------- quatro cilindros em linha Cilindrada------------------------------ 1216, 1298 ou 1584 c.c. Diâmetro x Curso------------------- 76x67.8 ; 77x69.7 ou 82x75 mm Alimentação-------------------------- dois carburadores duplos Potência------------------------------- 88, 101 ou 115 cavalos às 6000 rpm Carroçaria Tipo-------------------------------------- n/d Distância entre eixos-------------- 233 cm Peso------------------------------------- 825 a 960 kg Performances Velocidade máxima---------------- 160 a 185 km/h Aceleração---------------------------- n/d