Fiat 500 Topolino


1936 - 1955

  • Em 1936, a Fiat realizou um projecto que tinha há já vários anos: lançar um pequeno carro utilitário de dois lugares. A ideia não era nova, mas o construtor italiano conseguiu surpreender na forma, ao apresentar uma berlina em miniatura. O novo Fiat 500 conquistou rapidamente adeptos por proporcionar condução fácil e agradável, além de espaço idêntico ao dos carros de maior envergadura. Os italianos baptizaram-no imediatamente com o nome de Topolino, do pequeno rato Mickey.
  • Fiat 500 Topolino
    Era pouco mais rápido do que um ciclista profissional, acelerava como uma tartaruga e tinha peças de substituição muito caras.
    No entanto, as linhas atraentes, com forte apelo, o consumo muito baixo e o espaço proporcionado, com instrumentação básica, mas adequada, fizeram o enorme sucesso do Fiat 500 Topolino.
    O utilitário italiano tornou-se o pequeno carro de produção mais apreciado do seu tempo.
    A Fiat já tinha planos para construir um carro pequeno desde 1919. O projecto avançou muito lentamente e foram mesmo construídos alguns protótipos. Mas, nunca chegou a ter resultados concretos, até que, em 1934, Agnelli decidiu que tinha chegado a hora de construir um pequeno "carro do povo", fabricado em grande quantidade, a preço muito acessível e capaz de transportar confortavelmente duas pessoas e 50 kg de bagagem.
    O projecto foi entregue a Dante Giacosa, então com apenas 29 anos de idade, que começara a sua carreira na Fiat em 1928.
    Giacosa ficou encarregado do motor, chassis e transmissão, enquanto Rudolfo Schaffer, que liderava o departamento de design na Fiat, devia conceber, em paralelo, a carroçaria.
    Mas foi a concepção mecânica de Giacosa que acabou por ditar um dos principais trunfos do Topolino: o espaço generoso.
  • Dante Giacosa
    O Fiat 500 Topolino foi criado por Dante Giacosa, que esteve 50 anos na liderança da direcção técnica do construtor italiano.
    Giacosa começou com o Topolino e tornou-se, provavelmente, o maior especialista de todos os tempos em carros pequenos, mesmo tendo em conta o Mini de Issigonis.
    Além do Topolino, Giacosa criou o Nuova 500, o 600 e o 127, uma série impressionante de carros que tornaram a Fiat famosa como construtora de carros pequenos, capazes de vender em grande quantidade.
    Giacosa conseguiu sempre inovar e lançou até a ideia dos actuais monovolumes, ao conceber, em 1955, o original Multipla, de seis lugares, com base no Fiat 600.
  • Solução engenhosa
    A capacidade de um carro tão pequeno como o Topolino oferecer espaço apreciável para dois passageiros devia-se uma solução engenhosa de Dante Giacosa.
    De facto, o chassis, na parte frontal, possuía um único elemento estruturante, que servia como apoio da suspensão, da coluna de direcção e do motor.
    O propulsor era um pequeno quatro cilindros refrigerado a água, mas com o radiador e a ventoinha montados na parte de trás, bem como a caixa de velocidades.
    O truque era que o propulsor estava montado à frente do eixo dianteiro, muito à frente, portanto. Apenas um terço do capot do Topolino servia para cobrir o motor. O restante servia para dar espaço para as pernas dos passageiros, que assim beneficiavam da mesma habitabilidade de um carro bem maior.
    Por outro lado, com este sistema, os passageiros sentavam-se em posição central no chassis, o que proporcionava uma excelente distribuição de peso - importante num carro tão pequeno - e tornava a condução agradável e característica.
  • Três evoluções
    A primeira série do Topolino esteve em produção entre 1936 e 1948. O motor, com cabeças de cilindro em alumínio, conseguia levar o carro aos 85 km/h com um consumo médio de apenas seis litros por cada 100 quilómetros.
    Em 1948 nasceu o 500B. Foi introduzido no Salão de Genebra, com um motor que era inteiramente novo, com válvulas à cabeça, apesar de manter a mesma cilindrada. O carro recebeu outros melhoramentos, no piso, no volante e na instalação eléctrica. A única diferença exterior, no entanto, era o fecho do capot. A velocidade máxima passou para 95 km/h e o consumo desceu para cinco litros por cada 100 quilómetros percorridos. Esta série vendeu-se até finais de 1949.
    Depois, e até 1955, foi introduzido, também no Salão de Genebra, o 500C, que tinha uma carroçaria muito renovada, com um compartimento para o pneu suplente na traseira. A mecânica foi refinada, mantendo as performances da versão anterior, e o equipamento melhorado, passando a incluir, de série, um sistema de aquecimento.
  • Características técnicas

    Motor 
    Distribuição---------------------------válvulas laterais
    Tipo--------------------------------------quatro cilindros em linha
    Cilindrada------------------------------596 c.c.
    Diâmetro x Curso-------------------52x67 mm
    Alimentação--------------------------carburador simples horizontal
    Potência-------------------------------13 cavalos às 4000 rpm
    Carroçaria 
    Tipo--------------------------------------berlina de duas portas
    Distância entre eixos--------------200 cm
    Peso-------------------------------------745 kg
    Performances 
    Velocidade máxima----------------85 km/h
    Aceleração----------------------------n/d