Datsun 240Z


 
1970
Este carro colocou a Datsun definitivamente no mercado. Antes conhecida como um fabricante de sedans bem equipados mas lentos, entrava para a história como o fabricante de um dos desportivos mais icônicos de todos os tempos. Lançado em 1969, o 240Z alcançava 201 km/h e rapidamente roubou o lugar dos MGB como o mais popular da época em sua categoria.

Criado para ocupar a lacuna deixada nos EUA pelos já antiquados carros desportivos ingleses, o projeto teve como referência inicial um coupé de 1963 da Datsun desenhado por Albert Goertz, o mesmo que desenhou o belíssimo BMW 507 dos anos 1950. Este carro tinha inspiração no Jaguar E-Type, mas com dimensões mais próximas às do Porsche 911. No entanto, após apresentar problemas com o motor de duplo comando no cabeçote como o do Jaguar, o projeto foi suspenso.

A história parecia terminada, até que um (belo) concorrente apareceu para aquecer os ânimos. Em 1965, a Toyota apresentou o maravilhoso 2000GT. Isso foi o suficiente para motivar a Datsun a reactivar o projecto do seu desportivo. O desenho base foi mantido, mas o problemático motor foi trocado por uma unidade criada unicamente para o 240Z. Era um 2.4 litros de 6 cilindros, derivado do 4 cilindros que equipava o sedan 510 da empresa. Este tipo de motor ainda não era muito comum e normalmente aparecia em carros mais luxuosos e caros.
Para aproveitar o óptimo motor de 151 cv, foram usadas caixas de 4 velocidades (EUA) e 5 velocidades (noutros mercados). A suspensão era independente nas quatro rodas e sempre foi muito elogiada pelo seu acerto. O novo desportivo, cujo nome reflectia a capacidade volumétrica de seu motor, vinha apenas em carroçaria coupé de 2 lugares e uma bagageira muito grande, coisa rara para este tipo de carro. Na estrada, o 240Z era capaz de percorrer grandes distâncias a 160 km/h sem apresentar problemas. Os 100 km/h eram alcançados em 8 segundos, tempo melhor que os Triumph TR6 e o Porsche 911 da época.

O desportivo ficou em produção até 1973, para ser substituído pelo 260Z e depois pelo 280Z, que eram mais pontentes e mais pesados. Não tinham a mesma agilidade e o desenho não era tão cativante. De alguma forma, a mágica do primeiro Z perdeu-se. Com 156 mil unidades vendidas, este Datsun mostrou ao mundo que o Japão era capaz de produzir carros extremamente bem construídos e vendidos por um preço justo.